segunda-feira, 30 de junho de 2008

Voltei

Os passos me trouxeram de novo
ao começo. Falhei.
Voltei para que mostres o caminho,
sozinha não acertei na virada
do destino.

Há lugares onde os sonhos
acontecem. É de saudade
a voz que ouço chamar.

Voltei,
para quebrar os laços
da opressão e saborear
a eternidade em teus braços.

Voltei,
para te ler todo,
uma, duas, vinte vezes,
não como uma folha amarelecida
pelo tempo, mas sentindo
a cada leitura,
a cada instante,
a cada momento
uma nova mensagem guardada
nas tuas texturas,
em tuas entrelinhas.

Voltei,
para aprender contigo
nas coisas que dizes,
verdadeiras ou falsas,
estranhas ou fantásticas,
concretas ou abstratas,
guiado pela energia de
nossos desejos.

Voltei,
com o mapa de meu corpo
sôfrego, sem a leveza da pluma
como o deixas após
desvendar meus segredos.

Voltei...
e me entrego a tua boca,
as tuas mãos, ao teu peso,
ao teu cheiro e sabor,
ao teu calor que anseio.

Voltei,
eis-me esparramada, aberta,
no teu aguardo
num frenesi, como numa serenata!