Paixão e acaso
Transito pela etereidade do pensamento
Hesitante, medito em cada momento,
Mas me busco na abrangência
infinita de teu ser
Tento vincular-me a ti no momento
o mesmo que envolve teus pensamentos
Entender-te, procuro, me reinvento...
Intento que não me contempla!
Tu que de mim decorres
E ao amor fazes presença atuante
Incorrei bravamente no destemor da ternura,
Pois mesmo esvoaçando nas alturas
Outros céus não encontrarás
Se não aqueles que há...
Se de ti provém a essência
de um sentimento em tão feliz constância,
como atingir a plenitude dos anjos
que te inspiram, e descobrir onde flutuam?...
Que céu, os que teus olhos perscrutam
que os meus olhos tristes não encontram?
peste viver, me ensinas o caminho!
No mais íntimo escôndito de mim
Eu que me vi teu por mero acaso
Trazido pela leve ciciar da brisa
Cuja melodia fez-se diurna
Na doce passionalidade dos beijos
Com que reafirmamos nossa paixão!
O que pudeste em mim encontrar
que fizemos para tua alma à minha atar?
Se me leva límpida o sopro da brisa
por que, a mim, ela mesma não te trás?
Há em meu peito o renascer da ventura
ecos desta comunhão que de ti parte,
trazendo-me mais uma ilusória amargura?
Que tens a me ofertar?...
sensualidade e paixão...
ou ternura e amor sem fim?
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