segunda-feira, 16 de junho de 2008

Paixão e acaso

Transito pela etereidade do pensamento

Hesitante, medito em cada momento,

Mas me busco na abrangência

infinita de teu ser



Tento vincular-me a ti no momento

o mesmo que envolve teus pensamentos

Entender-te, procuro, me reinvento...

Intento que não me contempla!



Tu que de mim decorres

E ao amor fazes presença atuante

Incorrei bravamente no destemor da ternura,

Pois mesmo esvoaçando nas alturas

Outros céus não encontrarás

Se não aqueles que há...



Se de ti provém a essência

de um sentimento em tão feliz constância,

como atingir a plenitude dos anjos

que te inspiram, e descobrir onde flutuam?...

Que céu, os que teus olhos perscrutam

que os meus olhos tristes não encontram?

peste viver, me ensinas o caminho!



No mais íntimo escôndito de mim

Eu que me vi teu por mero acaso

Trazido pela leve ciciar da brisa

Cuja melodia fez-se diurna

Na doce passionalidade dos beijos

Com que reafirmamos nossa paixão!



O que pudeste em mim encontrar

que fizemos para tua alma à minha atar?

Se me leva límpida o sopro da brisa

por que, a mim, ela mesma não te trás?

Há em meu peito o renascer da ventura

ecos desta comunhão que de ti parte,

trazendo-me mais uma ilusória amargura?

Que tens a me ofertar?...

sensualidade e paixão...

ou ternura e amor sem fim?