domingo, 15 de junho de 2008

NA TOCA DO MEDO

Em volta da minha toca
tem muitos ratos
e eu não posso ultrapassar.
Geralmente o que digo
eu faço,
mas agora tudo vai mudar.

Dou aos insetos
infectos,
os restos que se fez...

Aperto o play
e torço o convexo,
suavizando o dejeto
da minha estupidez.

Viro do avesso,
viro trova,
viro verso...
Torno-me uma réplica
irônica e surda,
de vocês.

Nada no mundo vai me fazer entender...
Meu espaço está reservado,
numerado, categorizado
e pertence ao cão burguês.

Agora que sou poeta,
medito e acredito,
faço figa solto o grito
pra abalar de uma vez.

Juntando os cacos
repasso
pra causar os impactos,
pois se eu plugar logo infarto.

Receber vaias está na moda,
morrer de fome incomoda,
ser nostálgico é linfático,
então, nada incomum,
somos apenas mais um...