terça-feira, 2 de outubro de 2007

UM POEMA

Um poema é um vaso,
uma obra de arte, interminável...

Dentro do vaso cabe o esboço,
causa de um passar a limpo constante,
acrescentandos os fuxicos,
as rendas e os bordados,
colando flores secas,
sempre-vivas,
ou contas de rosário,
algumas taquaras entrelaçadas
formando os cestos do amor incondicional,
ou das lamúrias,
sonhos ou realidades,
jogados em gavetas repletas de parafusos,
tampinhas,
cordões e fitas
penduricalhos de um colar de sentimentos variados,
múltiplos momentos, sucessivos, ininterruptos,
onde cada um participa ajeitando em nossa vida o seu balangandã...

Ah! Um poema:
flores de laranjeiras, jabuticabeiras,
bananeiras com seus tenros brotos perfumados;
poemas irados e de desgosto,
união de contrários,
o clássico e o popular,
a expressão mais complicada do gosto;...

Coisa boa é versejar,
limpar-se das emoções turbulentas,
criar jardins para o amar
montanhas para o grito de libertação;
Um poema é a pedra onde me sento para chorar...