quinta-feira, 4 de outubro de 2007

transparente e absterso

Assim me sinto
quando sinto que o meu corpo,
mesmo posto próximo à solidez
da amplidão,
segue solto...
Pois fala a língua do coração,
aquela que dita para a razão
quem nem tudo é concreto.
Frio, inerte, concepto.

Assim ao mundo admiro
quando observo as formas líticas,
de algum jeito,
pra mim sorrirem...
É desse jeito que em meu pensar giro
quando eu metafisica,
crio conceitos
e eles fazem-se prosseguirem-se...

É assim que gosto de escrever,
vendo-me quase no etéreo
mergulhada em nenhum mistério,
e compreendendo claramente,
a minha necessidade de assim viver
em corpo e mente...

É assim que gosto de olhar
para os olhos que miram
sóis que de tão distantes,
não espargem luz...
É assim que gosto de lhes falar
mesmo que minhas palavras firam,
que os nossos mais próximos instantes
são aqueles que a humildade nos conduz...

Eis o que sinto ser o verdadeiro reflexo...
Eis o que pra mim faz nexo...
Eis o que em água cristalina,
faz meu corpo deleitar-se transparente,
absterso...