quinta-feira, 4 de outubro de 2007

MORREREI SEM ENCONTRAR?

Quem dera eu encontrasse alguém,
Que sonhasse o mesmo sonho meu,
Cantasse, como eu, a mesma canção de vida,
Em ritmo de paz;
Ouvisse, como ouço,
Solfejos de sonho, no sussurrar da brisa!
Ah! Se alguém viesse comigo,
Sentir o primeiro beijo do sol,
Numa manhã virgem de tristeza
E pródiga de paz!
Mas quem virá ficar com um poeta,
Que sonha sem precisar dormir?
Que deseja alcançar apenas uma inspiração?
Que, em delírio, vê o mundo como um paraíso?
Que deseja amar e ser amado,
Mais do que o amor exige?
Ninguém virá perto de um poeta
Que ainda namora a lua
E sonha com as estrelas;
Que sente no amor,
Algo mais que a passageira satisfação
De seus desejos...
Que ainda ama à moda antiga,
Quando um simples beijo
Representava a felicidade,
De receber e de transmitir,
A paixão contida no silêncio da alma.