sexta-feira, 12 de outubro de 2007

mesmo que...

No rompante dos distratos abstratos que vestiram meus atos
vejo que ablaqueados tornaram-se os queixumes...
Todas as venturas, as querencias, o peso dos fatos
que elos se fizeram, parece enfraqueceram ao chegarem ao cume.

Sinto mesmo assim que em mim,
habitam ainda teimosa e incansavelmente meus afins...
Os pensamentos que descortinam meus quereres
através das rimas e versos que me desnudam,
através dos meus sinceros e circunscritos dizeres...

Não sei se chegarei ao cime dos meus sonhos maiores.
Não sei se estarei sempre defronte ao mar
a me inspirar nele e dele,
fazer o divisor dos vários seres, que eu mesmo criei para minha vida...
Não sei sinceramente, se eloqüente far-me-ei que quando em minhas remembranças
surgirem de forma clara e argentada todas as etapas de minhas andanças.
Não sei se repetidas far-se-ão as visagens,
que se expuseram livres e ricas durante as viagens
que notabilizaram os meus vôos...

Somente sei que no todo que em mim ficou e está gravado
habitam muito do passional, do emocional, do racional...
Mas tudo o que valorei e dei sentido
está em minha alma inserido,
assim como tudo aquilo que se modifica,
pelo simples fato de abarcar sempre e sempre o novo...
Pelo simples motivo de saber-me vivo
e modo ativo,
mesmo que as procelas molhem-me o corpo
e abrumem minha visão,
estar presente de mente, estar presente de coração...

Assim sou...
Assim serei...
E mesmo que as dores façam questão de me rondar
eu as recebo.
Pois me concebo,
um homem de sorte.
Não por tê-las.
Mas por conceber que elas existem,
assim como existem as estrelas...
O canto, o encanto, o acalanto,
a voz, o amar,
a rima, o verso,
o poetar...