sábado, 13 de outubro de 2007

MAIS UM SONHO DESSES TANTOS

Tu pedes com teus olhos que eu te abrace,
Te beije, te namore, te possua;
No fundo gostarias que eu ficasse
Dizendo eternamente que sou tua.

Depois, sem que eu perceba, tu te afastas,
Felino, sorrateiro, calmamente,
Deixando solidões, dores nefastas
Que ocupam meu silêncio... vagamente.

Por ser mulher me deixo, seminua,
Sonhar com teus afagos repentino;
O sonho irreal não atenua
A dor de perceber nossos destinos.

Então, imaginando quando voltas,
Entrego-me aos antigos abandonos,
Sem ódio, sem rancores, sem revoltas,
Sem medos, sem pudores mas... sem sono.

Só peço que quando tu me chegares,
Não sejas mais um sonho desses tantos
Que nascem das angústias e pesares
E morrem na correnteza dos prantos.