sábado, 27 de outubro de 2007

Infelizes

Uma calmaria disfarçada, crime acorbetado, soberba,
eles sorriem dos acorrentados, brincam os malfadados.
E apontam seus dedos em julgamento, apelam à razão,
Não sentem o que dizem que sentem, ignoram, mentem.



Infelizes donos das inverdades, falsidades, calúnias.
Se divertem pelos cantos obscuros, mudam futuros,
e destoam as notas, os dós falsificados, murmúrios,
de um disse não disse tão desnecessário, arbitrário.



Vivem de sonhos mal sonhados, não realizados.
Frustrados são todos, manipulando os infelizes.
Raízes cortadas a machadadas, dadas por dar,
e o sangue escorrendo entre os elos maculados.



Normais?- Nunca mais seremos normais, e a paz,
está nas mãos que traçam esses destinos manipulados.
Afinal, quem presta ou não nesse mundo desigual?
À Cezar o que lhe é de direito, proclama a serva...



E de que lhe serve todo esse isolamento etéreo,
se seus olhos de ver não querem enxergar nada,
reclama pelo silêncio ecoando qual um cemitério,
e além das portas e dos portões ninguém, só o vento.



Se é esse o desejo, se é na solidão que busca o seu ar,
se é só nesse vazio que lhe chega o tão clamado alento,
só posso dizer que lamento essa sua alforria conquistada
em cima de tanta amargura e de tanta tristeza causada.