quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Imprevisão

Procuro-te no espaço, nos enigmas, até nas minhas orações,

Busco-te no opaco, a remanência dos traços do teu viver...

Sumistes, quem sabe, na frigidez das tuas frustrações,

Ficaram no meu coração, indeléveis, marcas das tuas pegadas,

Quero encontrar-te para aliviares as minhas tensões...

..

Diviso na bruma, apenas vultos de cometas desorientados,

Cruzo as cruzes, fantasmas das da minha imponderação,

Vive meu pensamento no conflito do inerte e do arrebatado...

Nada resta das fantasias dessa desencontrada imaginação,

Senão a onírica procura de um amor, confuso, aliedado...



Preferes, acredito, nessa inconcebível e ambulante vida,

O ruído do som dos astros, imagino afônico, abafado,

Ao sussurrar de palavras doces, humanas, embevecidas

De onde emergem as paixões ou um viver de amor realizado.




Cá estou a sonhar, pensar no impossível,

A querer desvendar os mistérios do amor,

Quem sabe! Como o milagre cura a dor,

Espero o abordo do imprevisível.