quarta-feira, 10 de outubro de 2007

e assim seguem a vida e os rios...

As águas continuam obedecendo
o seu percurso...
Elas não se traem, não traem, e nem
mudam seu curso
simplesmente por não gostarem da lentidão
ou da rapidez de seu fluxo...

Corredeiras são verdades absolutas.
Têm um objetivo, são resolutas.
Partem sempre em consonância não ao que se posta baixo,
têm orgulho, não deságuam em morto riacho.

Partem céleres...
Por vezes chamadas águas do nada,
das vicissitudes,
clarejam-se cristalinas...
E seguem seu percurso,
de forma airosa, orgulhosa, coroada,
pois nunca mudam a atitude.

Assim talvez sejam as escritas,
elas revelam nosso retrato...
Assim se apresentam as crises, as gritas,
se perdem quando em vez,
no emaranhado dos próprios atos.

Assim se dá a vida.
Todos nós a temos,
e da natureza que é dela
nos vestimos.

E aí,
são risos pra quem se equilibra,
e fagulhas de chamas fortes, amarelas,
do queimar dos pensamentos
que por vezes cegamente,
nós mesmos destruimos...

E assim segue a vida.
E assim seguem os rios...