domingo, 7 de outubro de 2007

Do Futuro

Não tenho anseios, não tenho o futuro.
Somente costuro retalhos sonhados.
Mantenho-os, tão tristes, sós e incertos,
Em olhos desertos, em mim aninhados.

Calco um caminho tão cheio de curvas
E em águas tão turvas jaz submerso,
Um sopro cortante em forma de rito,
O eco do grito, meu morto universo.

O sonho de ser pleiteia-me em viço,
Que afogadiço transcende-me o muro,
Busco infindo vive-lo e, sem meios,
Afogo em receios...não tenho futuro.