terça-feira, 2 de outubro de 2007

DERRIÉRE

Queria um poema bunda

com classe

Sim gostaria que a palavra

não fosse vista

como um simples objeto



Bunda é bunda

Poderia ter nascido pêra

No entanto é bunda



Por que tamanha admiração?

Para que tanta exaltação?

Sem avacalhação

Existem tranças nos cabelos

Pescoço, ombros... curvas

Pêlos na púbis,

Coxas torneadas, joelhos...



Por que não escrever sobre o traseiro*?



Quero um poema com bunda

Bem assentado

Redondíssimo invulgar

Um poema e suas adiposidades

Com ou sem celulite

Sem arficialismo

(Com um quê de mistério)



Acho estranho gente que se auto-elogia

É um grande atestado

Da mentalidade característica: bunda-mole

Porque do que é bonito, ninguém foge

o reconhecimento nasce automático

por ser diferente

o escultural todo mundo quer ver!

Apollo Belvedere deve ter uma bela bunda

(Escondida... es_cultural)

Nem todos vêem

o que tem detrás dos acessórios e da capa



Por outro lado quem tem prazer em olhar nos olhos

Não precisa apreciar tanto uma bunda

Não precisa procurar nenhum olho da bunda

Por que...? Por que tantos olham para as bundas?

O que as bundas têm de mágico???



O considerável “belo”

Precisa sempre ter a bunda... no meio?

Não é a bunda que está no meio do caminho

O que está no meio é sempre o próprio umbigo.

(Cada qual se balança como pode!)