terça-feira, 15 de maio de 2007

Soneto LIII

Dizer não, às vezes dói mais que tudo
mas o sim... põe brasas vivas no coração
melhor seria a estrada, correr mundo
mas como abandonar uma ilusão?...

Estou colhendo a dor, que sempre reneguei
paradoxo cruel, que flagela a alma
a sonhar com a vida, que mal, eu recusei
opção que ruiu, minha razão e calma.

Dai-me Senhor, a antiga paz que cultivei
da qual um dia, eu fiz minha bandeira
é tão grande o meu pecado porque amei?

Por esse pecado, aceito o tal inferno
pois não devolvo, o bem que ele me fez
que a dor se multiplique, amarei outra vez!