sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

PARA UMA QUARTA FEIRA DE CINZAS

Por eu ter sido como fui, inconseqüente e louca
Conquistada sem promessas de futuro amor
Por me causares arrepios com esta voz rouca
Que me diziam palavras doces e sem pudor

Por teres me aceito assim sem qualquer subterfúgio
Sem fantasias de alma gêmea ou de amor infinito
Por não pareceres em nada com um homem refúgio
O príncipe encantado, nem seres tão bonito

Entreguei-me a ti num ato solitário
Sem sonhos, numa crua realidade
Como se fosse um gesto humanitário

Por ter me dado assim, sem me dar por inteiro
Por te ter assim tão meu, sem muita novidade
Hei de amar-te sempre de modo verdadeiro.